Se algum dia a perfeição for encontrada, seja ela um objeto, um ser ou um ente qualquer, se sucederá uma autosabotagem por parte de quem a encontrar, pois não acredito que o ser humano possa se imaginar capaz de merecer algo perfeito.
Tive a perfeição em meus braços e me sabotei de uma forma tão patética, mas tão ridícula, que a mim não deveria ser concedida a felicidade. E ainda assim me encontro rindo pelas ruas como se fosse o mais feliz dos ignorantes.
O que eu sou? Infantil e narcisista.
Ter tudo ao meu dispor causou em mim um sentimento de não se sentir à altura do que possuía, nisso começou minha jornada de autossabotagem.
Busquei adicionar à perfeição, como se fosse possível adicionar algo àquilo que já é completo, o que na verdade faltava em mim.
Não consegui. Me revoltei. A menosprezei. Por uma insegurança minha, a culpei.
Abri um buraco no qual eu mesmo pulei dentro. E já sabia, desde o início, que isso terminaria assim. Até disse ao meu eu do futuro: isso não vai te matar, mas vai te deixar mais forte.
O narcisista, prevendo a queda por saber que é patético, ainda assim, a alivia com a esperança de que isso lhe fará bem.
Maldito narcisista.