A pessoa mais importante da sua vida não dá a mínima para a maior luta da sua vida. Se amadurecer significa encarar isso com naturalidade, hoje eu acho que transcendi.
Resolvi compartilhar uma conquista pessoal com meu pai. "Pai, estou a dez dias sem pornografia/masturbação!".
O que ele disse? "Ou besteira, rapaz!" (adicione uma cara de desgosto).
Tenho 29 anos e sou viciado nisso a 15. Vou lhe contar como é a luta: é mais difícil do que parar de fumar. Eu não sou fumante. Então, como eu posso saber? Simples, o orgasmo ativa todas as vias dopaminérgicas do cérebro, nenhuma outra droga faz isso. Ele faz isso porque é a própria força da vida em busca de expandir-se. O vício criado por essa força é a mais forte das inclinações.
Meu pai tem 67 anos. Criou 5 filhos, todos formados, não bebe, não fuma, é admirado por seus irmãos, irmãs, sobrinhos, cunhadas, e até pelos meus amigos e amigas. É inspiração para mim. Em minhas lutas me espelho nele. Mas, como qualquer outra pessoa, meu pai não é livre de defeitos, ele é um pouco narcisista.
Quando lhe contei alegremente sobre essa pequena vitória, ele simplesmente disse o que não se deve dizer a quem está na luta contra um vício. Foi como chegar num velório e dizer "foi melhor assim".
A princípio, doeu, mas consegui superar em alguns segundos. Em vez de encarar a situação com tristeza, resolvi encarar com curiosidade, como recomenda Schopenhauer:
"Diante do desprezo do outro, a sua reação deve ser como a de um mineralogista que encontra uma rocha rara". No espelho do banheiro, parei e refleti.
"É meu pai, eu sei que ele é assim. O que ele disse invalida a minha conquista?
Não.
O que ele disse é uma reação não esperada?
O que ele disse é uma reação não esperada?
Não.
Manter ressentimento dele vai fazer alguma diferença?
Não.
Como você estava antes de ouvir isso?
Bem, alegre e feliz.
Então, porque não está mais assim?"
Manter ressentimento dele vai fazer alguma diferença?
Não.
Como você estava antes de ouvir isso?
Bem, alegre e feliz.
Então, porque não está mais assim?"
Isso foi libertador, aquele sentimento de tristeza se formando, simplesmente desapareceu. Do que adianta ler tantos livros sobre relações interpessoais, autocompaixão, autoconhecimento, se eu não tenho resiliência para encarar uma simples frase?
Como mágica, me reergui totalmente aliviado. Chamei o velho para conversar um pouco, expliquei porque aquilo era importante, mas ele simplesmente mudava a conversa para ele (ele não sabe praticar uma esculta ativa). Então, sugeri que fôssemos assistir Breaking Bad. Assistimos 2 episódios e demos muita risada juntos.
Como mágica, me reergui totalmente aliviado. Chamei o velho para conversar um pouco, expliquei porque aquilo era importante, mas ele simplesmente mudava a conversa para ele (ele não sabe praticar uma esculta ativa). Então, sugeri que fôssemos assistir Breaking Bad. Assistimos 2 episódios e demos muita risada juntos.
Ali compreendi o poder de estar no controle das suas emoções. O que as outras pessoas falam, o que elas pensam, não está sob seu controle. Mas a sua reação está. É tão simples. Tão libertador. Mas tão difícil de conseguir!
Se você simplesmente aceitar que a sua dor não seja o centro das atenções, se você for capaz de negar o desejo de reconhecimento dos outros, você pode genuinamente ser feliz.
Isso não significa negar a si mesmo, pois a satisfação de passar uma semana sem pornografia ainda existia comigo. Significa, apenas, ser capaz de negar o reconhecimento do outro sobre a sua dor.
Isto é, é preciso negar o desejo de reconhecimento.
Isso não significa negar a si mesmo, pois a satisfação de passar uma semana sem pornografia ainda existia comigo. Significa, apenas, ser capaz de negar o reconhecimento do outro sobre a sua dor.
Isto é, é preciso negar o desejo de reconhecimento.
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