quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Sobre Petrópolis

A mãe, que perdeu toda a esperança,
Ouve, entre os gritos da madrugada,
O pai procurar a filha soterrada,
Pela chuva que destrói a vizinhança.

Com as mãos firmes na enxada,
Lama e desgraça são o sentimento, 
Que engasgam as gargantas no tormento, 
De cavar a própria filha na calçada.

Chuva de desastres, dor e negligência,
Quantas mortes fará a incompetência,
Destes escolhidos administradores,
  
Que inundaram de mortes fevereiro, 
E sujam de lama o Rio de Janeiro,
Em sua eterna troca de favores?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Sobre o Metro


Crês que no nosso universo exista
Algo fundamental igual ao metro
Para os homens, indispensável teto,
De sua mente inábil e finita?

Acredita no inexato segundo,
Que submete o tempo à contagem,
E no universo mede a passagem,
Do eclíptico sol que gira o mundo?

Pois há, e se adapta na gravidade,
Diz a medida da relatividade,
Na curvatura duma geodésica,
 
Que o caminho reduzido no tempo,
Altera o quilo e o comprimento,
Da fibra espaço-tempo cinésica.