quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Sobre Petrópolis

A mãe, que perdeu toda a esperança,
Ouve, entre os gritos da madrugada,
O pai procurar a filha soterrada,
Pela chuva que destrói a vizinhança.

Com as mãos firmes na enxada,
Lama e desgraça são o sentimento, 
Que engasgam as gargantas no tormento, 
De cavar a própria filha na calçada.

Chuva de desastres, dor e negligência,
Quantas mortes fará a incompetência,
Destes escolhidos administradores,
  
Que inundaram de mortes fevereiro, 
E sujam de lama o Rio de Janeiro,
Em sua eterna troca de favores?

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