segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Sobre voar artificialmente


Varios botões, alavancas de controle, indicadores analógicos, alguns digitais, e um nome acima das telas: "Garmin", não acreditei. A familiar fabricante dos GPS que tanto estudei é a mesma que faz o sistema de posicionamento do bimotor? Centralizado na tela, um ângulo: era o azimute da direção. Andava no piloto automático e corrigia sua trajetória constantemente. Na minha mente imaginava a unidade de movimento inercial (IMU) corrigindo rolagem, arfagem e rumo várias vezes por segundo. Ah, esses malditos ângulos, roll, pitch e yall, quantos cabelos perdi no mestrado para entender vocês?


Imaginei a fusão dos dados de GPS e IMU pelo Filtro de Kalman, imaginei matrizes de rotação convertidas em quatérnios para evitar Gimbal lock, imaginei dados RINEX chegando às antenas em dupla frequência. Não precisei imaginar as imagens do terreno em 3D Shuttle RADAR (SRTM), pois elas estavam lá na minha frente. Giroscópios, fusão de sensores e climatologia.
Meu Deus, como é maravilhoso a tecnologia. Tão extranatural. Fingi naturalidade para conter a emoção na frente do piloto. Se pudesse, faria umas mil perguntas a ele, mas selecionava cuidadosamente cada uma delas para não perder nenhuma oportunidade.

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