terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Soneto - Mariana

Mariana

Afrodisíaca caipirinha,
Mar e areia leviana,
É a essência feminina,
Que tu significas, Mariana.

Em tua postura de menina,
Há formosura tão latente,
Que faz essa tua melanina,
Em mim, desejo onipotente.

O detalhe da franja morena,
O encanto da Gota Serena:
Corpo esbelto, cintura fina,

Como a tua beleza é leve,
Nenhum acessório te refina,
Poema nenhum te descreve...


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Sobre ler e escrever nos sonhos

Eu já desconfiava, depois do sonho de hoje, tenho a certeza. As palavras simplesmente não são estáveis nos sonhos, elas dançam e se embaçam conforme focamos nelas.

Sonhei que estava no IFPI. Peguei o elevador e entrei em sala. Já sentado, abri o Microsoft Word com a tela do notebook projetada na parece. Comecei a escrever o planejamento das aulas com os alunos, mas não conseguia escrever uma palavra. Digitava um nome e saia outro, apertava a letra que queria, mas aparecia outra, eu lia o nome diferente do que escrevi, quando olhava para o teclado e voltava a olhar para a tela, o nome tinha mudado. Os alunos me zoaram e eu confirmei falando em voz alte e irônicamente "é, pessoal, parece que não sei mais escrever".

Me parece que é impossível permanecer focado nos sonhos. O foco em coisas pequenas acontecem por intervalos muito curtos de tempo, se gravam apenas flashs de alguma coisa e logo você está em outro lugar. Tudo é muito volátio, não é a toa que se não fizermos um esforço pleno logo após acordar, qualquer distração lúcida e concreta nos fará esquecer do sonho. 


Alguma coisa claramente estava errada, mas não percebi que estava sonhando, só aceitei que minha cabeça não estava funcionando normalmente. Acho que consegui entender como é não saber ler e escrever, algo inimaginável lucidamente. Não há como imaginar como é não saber uma coisa que se sabe a tanto tempo. Como disse Matias Aires "não existe arte ou técnica para o esquecimento."